quarta-feira, dezembro 21, 2005

Tarde Fria


Encantamento numa tarde fria
Perdi o norte, o rumo de tudo
Esperei por ti todo o dia
Agora desespero e...
Vi-te por entre o fumo
Reparei que nem deste por mim
Sentaste-te, olhaste no infinito
Sentias algo distante daqui
Sofrimento, dor talvez
Mágoa aparente na visível palidez
Das cores das coisas banais
Perdidas no esquecimento
Dei por mim a olhar para trás
Nos anos perdidos ao vento
E agora choro por ti
Um choro mordido de raiva
Sei que te perdi
E já não resta nada.

Lágrimas










Noite de raiva suada
Por entre as lágrimas escorridas
Da vida desfeita no tempo,
Foram boas as tardes vividas
Da prateleira do esquecimento,
Ninguém as lembra mais
Só estas lágrimas feridas.
Estou calma demais...
Foram só vontades perdidas...

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Quase Perfeito

Sabe bem ter-te por perto
Sabe bem tudo tão certo
Sabe bem quando te espero
Sabe bem beber quem quero

Quase que não chegava
A tempo de me deliciar
Quase que não chegava
A horas de te abraçar
Quase que não recebia
A prenda prometida
Quase que não devia
Existir tal companhia

Não me lembras o céu
Nem nada que se pareça
Não me lembras a lua
Nem nada que se escureça
Se um dia me sinto nua
Tomara que a terra estremeça
Que a minha boca na tua
Eu confesso não sai da cabeça

Se um beijo é quase perfeito
Perdidos num rio sem leito
Que dirá se o tempo nos der
O tempo a que temos direito

Se um dia um anjo fizer
A seta bater-te no peito
Se um dia o diabo quiser
Faremos o crime perfeito

quinta-feira, dezembro 08, 2005

Amor

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Luís de Camões

terça-feira, dezembro 06, 2005

Simples

O amor em 2 tempos simples
Na luz e no escuro
Procuro a felicidade
Que por muito procurada
Nunca me invade
E fica simplesmente a saudade
De nada vivido
Imaginado, mas pouco sentido
Apenas o frio entra no meu ser
No meu peito, alma e viver
E as palavras são tão vazias
Perto do gelo da vida
Somente sofrida
Adeus noite longa
Até um dia, dia escuro
Porque o dia é sempre escuro
Pela sombra das nuvens
E a noite também...